Um áudio, atribuído em grupos de redes sociais ao deputado estadual Dermilson Chagas, foi identificado como fake (falso). O autor afirma: “Vou tentar explicar aqui, rapidamente, exatamente o que tá acontecendo…”, sobre a falta de oxigênio na rede hospitalar. E “revela” suposto débito do Estado com a empresa White Martins.
Outra empresa, a Carboxi Indústria e Comércio de Gases, estaria com “estoque lotado” de oxigênio, mas o governador Wilson Lima recusaria a compra porque ela pertence a partidário do ex-governador Amazonino Mendes. Tudo a mais pura fantasia. O áudio vem sendo enviado por desavisados que, indignados, pedem providências. Está chegando, inclusive, às autoridades, algumas das quais acreditaram nas “informações”.
A deputada federal Janaína Paschoal (SP) chegou a dizer, no Twitter, que o áudio pode causar prisão do governador. E alguns sites de notícias replicaram. Amazonino perdeu para Wilson Lima, na disputa do Governo do Amazonas, e para David Almeida, brigando pela Prefeitura.
Com uma realidade dura, onde pacientes acometidos pela nova onda de Covid-19 morrem nos hospitais por falta de oxigênio, desinformações como essa só atrapalham. “Identifiquei o autor e falei com ele. É Sidney Ulisses Campos (irmão de um coronel da PM). Não é o Dermilson Chagas”, disse o jornalista Marcelo Dutra, dono da Carboxi.
Marcelo foi ex-secretário municipal e estadual de Meio Ambiente e presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), sempre em gestões de Amazonino. Marcelo explica que a indústria é a única de capital nacional “daqui até o Nordeste”.
“Nossa produção é de pouco mais de 8 mil metros cúbicos de oxigênio diários. Atendemos a hospitais públicos e privados de Roraima. Abastecemos o hospital de campanha Nilton Lins, na primeira onda da pandemia. Estamos trabalhando a todo vapor e todo nosso excedente é repassado à White Martins, que entrega aos hospitais públicos. Não temos nada no estoque”, informa.
repasse à multinacional e concorrente, explica Marcelo, é porque só ela tem contrato com o Governo do Estado para o fornecimento. Isso é definido em licitação. “Abasteci HapVida e Samel ontem (14/01) e tive uma fila de 250 pessoas na porta da fábrica. Todas levavam cilindros vazios de oxigênio para serem enchidos. Atendemos na ordem de chegada e em até sete horas”, revela.
Portal Marcos Santos
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