A Justiça realizou nesta quarta-feira (6), a primeira audiência de instrução do caso do médico Júlio Adriano da Rocha Carvalho, acusado de estuprar várias mulheres durante consultas na UPA do bairro Campo Sales, Zona Oeste de Manaus.
Segundo o Juízo da 7ª. Vara Criminal da Comarca de Manaus, nessa primeira parte do processo, foram ouvidas duas vítimas e uma testemunha de acusação.
A audiência será retomada no próximo dia 26 de novembro, a partir das 9h30. O réu também será interrogado nesta data. O caso do médico ganhou repercussão após uma mulher procurar a delegacia para denunciar Adriano.
Em depoimento a vítima contou que procurou o pronto-socorro de um hospital particular em Manaus com sintomas de gripe. A paciente diz que foi abusada dentro do consultório.
“Ele passou o telescópio no meu peito. Pensei que era normal, na hora. Quando eu sentei, ele segurou minhas mãos, tirou minha calça e colocou as mãos na minha parte íntima. Ele me imprensou e tirou uma camisinha da bolsa, colocando a genitália dele para fora”, relatou a vítima.
Ele ainda teria conseguido o telefone da paciente pelo sistema e mandado mensagens para o celular da paciente. Em uma delas, o médico diz “Você vai deixar eu me redimir, e terminar o que começamos em um local onde você fique mais confortável?”. A vítima responde “Não foi eu quem começou, foi você”.
A denúncia foi registrada pela vítima em uma delegacia na capital. O delegado do 24º Distrito Integrado de Polícia, Marcelo Martins, atendeu o caso. A partir daí, ao menos outras cinco vítimas também o denunciaram, inclusive pacientes atendidas por ele em um hospital da rede privada de Manaus.
Todas relataram que o médico abusou delas durante as consultas, uma das mulheres estava grávida na época do crime. Ela contou que procurou o hospital porque estava com fortes dores no estômago e que dentro do consultório, Júlio ordenou que ela tirasse o vestido e começou a apalpá-la.
Ela estranhou o ato e tentou se desvencilhar, mas o médico chegou a puxá-la para o colo dele na tentativa de fazer sexo com ela. A vítima resistiu e conseguiu sair correndo da sala.
A Justiça acatou a denúncia oferecida pelo Ministério Público contra o médico. No dia 17 de janeiro deste ano, o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM) cumpriu pedido da 7ª Vara Criminal e suspendeu a inscrição de Júlio Adriano da Rocha Carvalho. Ele está impedido de exercer a profissão.
A justiça determinou, ainda, outra medidas cautelares, como proibir Júlio de entrar em qualquer ambiente hospitalar ou de saúde e o uso de tornozeleira eletrônica.
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