No contexto vibrante do Festival de Parintins, a política amazonense se revela um verdadeiro jogo de xadrez, onde os protagonistas se movem de forma descompassada. De um lado, o governador Wilson Lima sinaliza uma possível desistência em sua candidatura ao Senado, o que deixa seu adversário, David Almeida, em estado de alerta, temendo a perda da máquina governamental. Enquanto isso, o senador Omar Aziz atua como um maestro das tensões políticas, semeando a discórdia e fazendo com que as peças se movimentem em seu favor.
Embora as eleições estejam marcadas apenas para 2026, o cenário já está mais intenso do que nunca. Um grupo significativo de deputados estaduais, incluindo o presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM), Roberto Cidade, defende que Wilson Lima permaneça no governo até o final do seu mandato. As razões são claras: garantir a eleição de um sucessor para Lima, evitar que Almeida assuma controle sobre as duas principais máquinas políticas do estado e minimizar as dificuldades que o governador enfrentaria em sua candidatura senatorial. O clima de incerteza aumenta com a possibilidade de que Lima não renuncie ao cargo em 2026, provocando uma reação acentuada por parte de Almeida. Outra proposta seria articular uma cadeira para o atual governador como conselheiro no Tribunal de Contas. Mas para isso , alguém teria que renunciar ou até mesmo se aposentar.
A situação se complica ainda mais com a divisão interna no Partido Liberal (PL) do Amazonas. Sem uma definição clara da cúpula nacional, nomes como Salazar e Capitão Alberto Neto emergem como potenciais candidatos ao governo, enquanto Maria do Carmo, até então favorita, pode ver suas chances ameaçadas. Essa fragmentação no PL pode abrir espaço para manobras inesperadas no cenário político local.
No âmbito federal, o senador Omar Aziz se mostra ativo na articulação da pré-candidatura de Marcos Rotta ao Senado. Essa movimentação visa desestabilizar o senador Eduardo Braga, que até então desfrutava de uma posição confortável. A estratégia parece ter surtido efeito, forçando Braga a sair de sua zona de conforto e se preparar para a competição.
Por outro lado, a pré-candidatura de Marcelo Ramos (PT) ao Senado envia uma mensagem clara: o PT busca assegurar a segunda vaga senatorial do grupo político, enquanto a primeira é tida como pertencente a Braga. Nesse contexto, a candidatura de Rotta pode ser vista como uma manobra para fragilizar Braga e não deve ter longa duração. Assim, cabe a David Almeida decidir quem será seu vice na chapa de Omar Aziz — caso este não opte por seguir sozinho.
A dança das cadeiras na política do Amazonas continua intensa e cheia de reviravoltas. A pergunta que paira no ar é se os jogadores dessa partida complexa estarão dispostos a arriscar suas posições ou se permanecerão cautelosos diante das movimentações estratégicas dos adversários. O futuro político da região está mais em jogo do que nunca.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.