Um bate-boca entre a miistra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o senador Plínio Valério (PSDB), na CPI das ONGs, chamou a atenção por uma crítica feita pela auxiliar do presidente Lula ao parlamentar. Marina Silva repreendeu o senador por ter utilizado o termo “caixa-preta” ao tratar sobre descobertas na CPI. Marina disse que o termo é racista.
“Caixa-preta não, senador. Isso é uma forma pejorativa de se dirigir às pessoas pretas”, diz Marina Silva ao senador Plínio Valério. “Preta sou eu, que estou aqui do seu lado”. O senador, então, substitui o termo por “caixa de Pandora”.
A crítica de Marina Silva surpreendeu parte dos presentes e foi comparada à fala da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que disse que o termo “buraco negro” é racista.
Na verdade, o termo “caixa-preta” não se refere a algo ruim. A principal hipótese para a escolha do nome é que ele tenha sido herdado de um outro equipamento utilizado pela Royal Air Force, a força aérea britânica, durante a Segunda Guerra Mundial. Era um radar que possibilitava ao piloto uma melhor visualização por de trás das nuvens ou até mesmo no escuro. Neste caso, os itens eletrônicos do equipamento eram armazenados em compartimentos realmente pretos. Era comum que dispositivos eletrônicos utilizados na aviação durante a época fossem guardados em caixas pretas, mas foi este radar que consagrou o nome “caixa preta”, e até virou jargão entre os aviadores com o nome de “black box”.
Na época, era comum que qualquer novo artefato instalado nas aeronaves, cujo interior não poderia ser visto, fosse chamado de “caixa-preta”.
Atualmente, as cores dos equipamentos, que são gravadores de dados do voo, têm a cor laranja. O motivo é que ela é mais chamativa e facilita nas buscas em caso de um acidente aéreo.
Tribuna do Norte
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