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08 de junho de 2025
Homem tem atendimento negado, tropeça na saída de clínica e é atropelado
Polícia
08 de junho de 2025

Homem tem atendimento negado, tropeça na saída de clínica e é atropelado

Imagem Ilustrativa

RIO DE JANEIRO – De um lado, um carioca comum, que vivia de pequenos bicos e, quando podia, tinha no carteado com amigos o principal passatempo. Do outro, uma sucessão de negligências que culminam em mais uma tragédia na cidade. Parentes de Gilson de Souza Lopes, de 57 anos, acusam uma clínica médica, localizada no bairro da Penha, de ter negado atendimento ao homem, que saiu do local ainda tonto, tropeçou em um desnível na calçada e morreu atropelado por um ônibus, à luz do dia, em frente à unidade de saúde.

O acidente aconteceu na manhã da última segunda-feira (4). O corpo só foi retirado do local cinco horas depois.A sobrinha da vítima, Raquel Lopes, estava em casa quando recebeu a notícia que o tio, morador do Morro do Sereno, na Penha, havia passado mal na Clínica da Família. Ao chegar, ela o encontrou já morto na rua. Um ônibus da empresa Transporte Fabio’s atropelou Gilson da cintura para cima. Parentes que estiveram no Instituto Médico Legal (IML) tiveram que reconhecê-lo pelo pé.

“As pessoas que estavam em volta disseram que ele chegou lá por volta das 7h, ficou na fila, tentou o primeiro atendimento e não conseguiu. Funcionários da clínica diziam que, por ser caso de emergência, ele deveria ir pra UPA (Unidade de Pronto Atendimento), ou pro Hospital Getúlio Vargas. Mas ele não tinha condições de ir sozinho.

No segundo atendimento, ele falou: ‘meu peito está doendo muito, eu preciso de atendimento’. Então ela (uma funcionária da clínica) pediu para que ele se retirasse porque não teria atendimento, e que ele não poderia ficar dentro da unidade por conta da Covid-19. O colocaram para fora”, disse Raquel.

Uma testemunha que aguardava atendimento viu o acidente e afirmou que, após descer a rampa da unidade, Gilson “sentiu uma tontura” quando estava em pé na calçada. “Passou um carro em alta velocidade, ele balançou, caiu na rua, e então um ônibus passou por cima da cabeça dele”.

Testemunhas confirmaram à família que Gilson tropeçou por conta do desnivelamento na calçada. “Pela calçada estar desnivelada e com um buraco enorme, com certeza quando ele tentou descer para atravessar a rua, tropeçou na calçada e caiu. Com certeza foi a calçada que fez ele cair, mas se eles tivessem atendido, ele não estaria ali”, ressaltou Raquel.

A sobrinha disse ter pedido ajuda para cobrir o corpo, mas nem isso conseguiu.”Quando cheguei, o corpo estava coberto só pela metade. Falei para o povo da Clínica: ‘só coloquem um plástico no meu tio, por favor’. Mas responderam: ‘os plásticos são para quem morre dentro da Clínica’. Se eles tivessem atendimento meu tio, não precisaria de plástico, porque ele estaria vivo”, lamentou Raquel. “Hoje eu estou enterrando meu tio com o caixão fechado, porque não tem nem como a gente reconhecer. É um descaso total”, completou.

Gilson será enterrado nesta terça-feira, no Cemitério de Irajá. A família pretende acionar a Justiça contra a Prefeitura do Rio, que administra a unidade, e a empresa de ônibus. Rosemary Lopes, irmã da vítima, afirmou que lutará para que o caso não fique esquecido. “Quero que eles chorem no bolso tudo o que eu chorei pelo meu irmão”.
Com informações O Dia

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