“Prometeram um emprego, mas queriam obrigar minha filha a se prostituir.” A frase, dita com a voz embargada pela mãe de uma jovem de 18 anos, resume o pesadelo vivido por uma família de Manaus nas últimas 48 horas.
A denúncia, registrada na noite desta segunda-feira (23/6) no 14º Distrito Integrado de Polícia (DIP), na Zona Sul da cidade, revelou o envolvimento de familiares da vítima em uma rede de exploração sexual interestadual.
Segundo a mãe, a filha viajou na última sexta-feira (20) para São Paulo após receber a promessa de uma vaga como ajudante de cozinha. A proposta partiu de uma tia, que alegou ter um contato em um restaurante na capital paulista.
No entanto, ao chegar ao destino, a jovem foi levada a uma casa onde foi informada que deveria se prostituir para “pagar” uma suposta dívida de R$ 27 mil, que incluía passagem, hospedagem e alimentação.
“Ela foi enganada pela própria tia.
Chegando lá, disseram que ela tinha que se prostituir na Barra Funda. Como ela se recusou, foi agredida, puxaram o cabelo dela, bateram nela. Hoje pela manhã, ela conseguiu mandar mensagem pro pai pedindo socorro”, contou a mãe, sem se identificar por questões de segurança.
A vítima relatou à família que, além dela, havia outras mais de 20 pessoas na residência, incluindo meninas e travestis, todas mantidas sob vigilância. A responsável pelo local seria uma mulher identificada apenas como Paola, apontada como cafetina. Outra mulher, chamada Salete, teria sido uma das agressoras da jovem.
A família, em desespero, orientou a jovem a fugir na primeira oportunidade. Ela conseguiu escapar e procurou ajuda no aeroporto de Congonhas, onde acionou a Polícia Federal e permanece protegida enquanto aguarda meios para retornar a Manaus.
Imagens: CM7
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