Horas após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) virar réu, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou no Japão que Bolsonaro “tentou dar um golpe no país” e “contribuir” para seu assassinato e de outras autoridades.
Essa foi a primeira declaração de Lula sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de acatar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e mais sete pessoas.
“É visível que o ex-presidente tentou dar um golpe no país, é visível por todas as provas que ele tentou contribuir para o meu assassinato, para o assassinato do vice-presidente, para o assassinato do ex-presidente da Justiça Eleitoral brasileira”, disse Lula em entrevista coletiva na manhã de quinta-feira (27/3, horário local; noite de quarta-feira 26/3 no horário de Brasília)
“Todo mundo sabe o que aconteceu nesse país. Não adianta agora ele ficar fazendo bravata, dizendo que está sendo perseguido. Ele sabe o que ele cometeu”, completou.
Segundo a PGR, Bolsonaro teria conhecimento e acompanhou a “evolução” do plano “Punhal Verde Amarelo”, que teria como objetivo matar o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente Lula, além de matar ou restringir a liberdade do ministro Alexandre de Moraes — na época, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Lula também criticou Bolsonaro pela movimentação em torno de um projeto de anistia que perdoaria todos os condenados por atos relacionados ao 8 de janeiro de 2023.
“Não adianta ficar pedindo anistia antes do julgamento. Quando ele pede anistia antes do julgamento, significa que ele está dizendo que foi o culpado”, afirmou o presidente em Tóquio.
Entretanto, Lula disse que Bolsonaro deve receber um tratamento justo no processo.
“Defendo que ele tenha a presunção de inocência que eu não tive”, disse o petista, referindo-se a processos judiciais do qual foi alvo e à sua prisão por 580 dias, entre 2018 e 2019, devido a uma condenação em segunda instância que acabou anulada pelo STF.
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