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22 de abril de 2025
Morte de PM feminina em quartel de Manaus está há 6 anos sem esclarecimento
Manaus
22 de abril de 2025

Morte de PM feminina em quartel de Manaus está há 6 anos sem esclarecimento

Um tiro na cabeça matou a soldado Deusiane da Silva Pinheiro no quartel do BPAmb (Batalhão de Policiamento Ambiental) de Manaus, no fim da tarde de 1º de abril de 2015. A morte foi classificada inicialmente como suicídio, mas depois o MP-AM (Ministério Público do Amazonas) concluiu que houve um assassinato e denunciou o cabo Elson dos Santos Brito como autor do crime. 

Deusiane tinha 26 anos quando morreu, era policial militar desde 2009 e mantinha um relacionamento amoroso com Brito. Ele alega inocência.

Porém, a Vara da Auditoria Militar não proferiu sua decisão em relação ao caso até hoje, mais de seis anos depois da morte da soldado.

A demora já alcança o dobro da média nacional, quando se trata de processos judiciais. Dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) indicam que o tempo médio de tramitação dos processos nos tribunais brasileiros é de três anos. 

Os números são referentes ao ano de 2020 e não levam em conta os processos da área fiscal, que costumam demorar mais tempo.

A denúncia 

Brito foi acusado de homicídio qualificado (crime com pena de 12 a 30 anos). Segundo a denúncia, ele havia reatado com sua ex-companheira, mas desejava manter o namoro com Deusiane. Para o MP-AM, o impasse teria culminado no assassinato da soldado.

Durante as investigações, o exame das pistolas revelou que a arma que estava com Brito estava com o ferrolho da pistola de Deusiane. A presença de sangue no ferrolho foi um dos fatores usados pela perícia para determinar a arma de onde partiu o tiro que matou a soldado. 

Com a troca de ferrolhos, o disparo foi atribuído à pistola de Deusiane – mas teria partido, na verdade, da arma de Brito. O MP-AM também denunciou os policiais militares Cosme Moura Souza, Jairo Oliveira Gomes, Júlio Henrique da Silva Gama e Narzízio Guimarães Neto, presentes no quartel no momento do disparo, por falso testemunho (crime com pena de 2 a 6 anos). Eles são acusados de não terem informado em seus depoimentos sobre a manipulação das armas envolvidas no crime.

Corrupção no quartel 

A família de Deusiane acredita que se trata de um caso de “queima de arquivo”. Mãe de Deusiane, Antônia Assunção da Silva descarta a hipótese do suicídio. A filha era evangélica como ela e havia lhe relatado que Brito e outros membros do BPAmb faziam parte de um esquema de corrupção.

Segundo relatos da mãe, Deusiane havia comentando que 30% do quartel eram corruptos.

O próprio Brito teria contado do esquema a Deusiane que, ao saber disso, teria decidido sair do batalhão e passado a sofrer ameaças do companheiro, afirma a mãe da soldado. 

“Ela tinha descoberto que eles pegavam dinheiro para deixar passar um caminhão com tora de madeira com droga dentro”, afirma Antônia. “Ela estava preocupada com as coisas que tinha visto”, afirmou.

Outros fatores levam a mãe de Deusiane a acreditar que sua filha foi assassinada. Ela conta que recebeu o corpo da soldado com dois dedos do pé quebrado e vários hematomas. Porém, essas informações não constam no laudo do exame necroscópico.

Outro lado 

Advogado de Brito, Frederico Gustavo Távora diz que seu cliente é inocente porque a perícia indicou que a posição em que o corpo foi encontrado, as manchas de sangue e outros indícios são compatíveis com suicídio. 

“Não se produziu nenhuma prova testemunhal capaz de contradizer esse laudo”, afirma. 

Sobre a suspeita de ilegalidades no batalhão, Távora lembra que nenhum dos acusados na denúncia do MP é investigado por corrupção. 

“Não se tem sequer indícios de que isso tenha ocorrido naquela unidade”, diz ele.


*Fonte: UOl

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