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18 de maio de 2024
Pais e alunos do Colégio Militar protestam contra o desmembramento do CMPM 1, e transferência para a Escola Estadual Tiradentes
Comunidade
18 de maio de 2024

Pais e alunos do Colégio Militar protestam contra o desmembramento do CMPM 1, e transferência para a Escola Estadual Tiradentes

Manaus- Na tarde desta terça-feira (14), um grupo de pais e alunos se reuniu em frente ao GM- Colégio Militar localizado na Avenida Codajás, com Avenida Marquês bairro Petrópolis.  Eles são contra o desmembramento do Colégio Militar e a transferência para a escola Estadual Tiradentes.

 Segundo um dos pais de alunos, que não se identificou, os filhos serão prejudicados, pois quando concluírem o ensino fundamental na escola Tiradentes, não terão o direito a vaga no GM, onde atualmente funciona o ensino médio do colégio militar.

Aproximadamente 500 alunos do colégio militar serão tranferidos para o espaço da Escola Estadual Tiradentes que atendia a 1,8 mil estudantes.

 Tem havido muitas manifestações sobre o caso, agora, pelos dois lados, alunos colégio militar e do Tiradentes, e o caso corre na justiça. Nesta segunda-feira (13), Dom Sergio publicou uma carta aberta pedindo a revogação da decisão sobre escola no bairro de Petrópolis.

Confira o teor da carta na íntegra!!

Vossa Excelência,

Sei que a agenda de um governador é pesada e o número de decisões a serem tomadas ultrapassa o limite do razoável, e é humano que algumas sejam equivocadas. Queria então colocar diante do senhor, uma decisão tomada pelo seu governo e pedir que ela seja revogada. Faço isto em carta aberta, porque o intuito é o de ajudar a colocar as pessoas a par do que estamos pensando.

Trata-se do futuro da escola Tiradentes, do bairro de Petrópolis, que deverá ser desocupada para que uma outra unidade de ensino se estabeleça aí onde está há décadas. Esta decisão foi simplesmente comunicada aos professores e pais de alunos. Como conseqüência, eles serão alocados em escolas dos bairros vizinhos. Como se trata da vida de mais de mil estudantes, pode imaginar o transtorno. Mas o que talvez seja mais importante é a função social que esta escola exerce no bairro.

Tradicional, ela carrega em si a história do bairro. Seus pátios assistiram até a ordenação sacerdotal de um de nossos padres. Vereadores e profissionais de toda ordem são ex-alunos. Num país onde a memória histórica é tão fraca, vale a pena conservar o que se tem.

No futuro, uma escola cívico-militar poderá formar bons cidadãos, mas que não terão ligação com o bairro. Petrópolis deve muito de sua coesão comunitária que está sendo posta à prova, à Escola Tiradentes. Marque uma conversa com o povo. Não tenha receio de se expor. São todos gente boa, que participa de uma comunidade, respeitadores das autoridades. Escute os argumentos das mães de família que são as grandes responsáveis pela educação das nossas crianças. Pergunte à juventude o que ela pensa desta história.

Decisões desta natureza não podem ser puramente técnicas. Tenho certeza que as autoridades da SEDUC, que chegaram a uma tal decisão são pessoas sérias e competentes. Mas existem situações humanas, antropológicas e culturais que, me parece, não foram levadas em conta.

Aproveito para expressar toda a estima e consideração que tenho pelo senhor e seu governo.

Dom Sergio Eduardo Castriani
Administrador Apostólico da Arquidiocese de Manaus

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